Aine

Rainha dos reinos encantados e mulher do Lado, ela é a Deusa do amor, da fertilidade e do desejo. Deusa muito cultuada na Irlanda durante o Solstício de Verão, pois é o momento de equilíbrio entre a Luz e as Trevas e acredita-se que se estiver em harmonia, entrando em um anel-de-fadas, será possível vê-los. Seu nome significa prazer e alegria. Filha de Danna e esposa de Manannan Mac Liir e mãe de Earl Gerald. 

Pequena mulher de olhos claros e cabelos longos dourados como o sol.

Lendas relatam seu poder de transformar-se em um cisne branco e também em uma égua vermelha muito veloz, mas foi em sua forma de fada que sobreviveu ao seu tempo e imortalizou-se. Outra lenda refere-se à Aine como uma mortal que se tornou uma fada. Três dias anuais são dedicados a Ela, sexta-feira, sábado e o domingo após o Lammas.

No condado de Limerick há um lago chamado Lough Gur que foi consagrado a Aine e ainda hoje são feitos ritos em honra dessa Deusa-fada. Próximo ao lado há uma colina, a sudoeste, chamada Knockaine que possui pedras que dá inspiração poética a seus devotos e a loucura àqueles que são rejeitados por Aine. Essas pedras formam um circulo re rochas onde eram feitos os sacrifícios e rituais dos Solstícios, adorando os Deuses Celtas.

Quase tudo relacionado à Deusa Mãe foi esquecido quase por completo, desde que começaram a ser realizados os ritos cristãos nas igrejas, mas o ato de invocação da vida nunca enfraqueceu, tanto que ainda hoje, quando alguém se perde, basta bater três vezes em uma arvore de flores brancas que Aine ajudará encontrar seu caminho novamente.

Já como Deusa Obscura, Aine aparecia para os homens mortais como uma mulher sábia de rara beleza, qualificada como "sidhe leannan", ou seja, uma amante-fada fatal. Sidh para os irlandeses, representa o estado intermediário entre um mundo e o seguinte. Os habitantes de Sidh são todos sobrenaturais e eram dificilmente visíveis, devido às impurezas do mundo. Dizia-se que estes seres podiam ser de dois tipos: os altos e brilhantes e os baixos iluminados a partir do interior. Com a chegada do cristianismo, estes seres se degradaram em todos os sentidos, transformando fadas em seres malignos do folclore, que viviam num estado mediano. Contudo, a história e a devoção nunca se perderam e os terrores dos contos de fadas e fantasmas conservam os restos do folclore irlandês.

                             "A força e a dignidade são os seus vestidos; e ri-se do tempo vindouro"